segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Será que mereço ?

O bom entendimento revela ao peregrino
Que dentro de cada homem vive um menino
Os homens são anjos, ser pessoa é o destino

Contudo tampouco bastaria nascer
Nem mesmo seria suficiente crescer
Para se superar tem que se desenvolver
E é preciso lutar para vencer

As diferenças nos fazem iguais
Filhos semelhantes aos nossos pais
Pouco adiantaria tudo ver
Se em muito pouco pudesse crer

O caminho continua sendo o mesmo
Não há sentido em caminhar a esmo
Mas sim em seguir os conselhos que ofereço

Juliano Dornelles

sábado, 29 de outubro de 2011

O Novo Velho

Já dizia o Nego Branco
Sendo igual e diferente
Que tudo esta na mente
E nisso não me espanto

Desafiou seu concorrente
Perguntou de onde veio
E o pobre vivente
Deixou o terreiro

Mas sendo deste continente
Nego Branco se fez presente
Conhecido como o Novo Velho
No Brasil vive contente

Sabe que para dar tudo certo
Tem que fazer nada errado
E para arrumar o conserto
Se dispensa o estrago

Este é daqui eu conheço
Sua identidade mantém-se em segredo
Mas revelo que é um ser vivo
Que faz da vida um brinquedo

Juliano Dornelles

Criador e criatura

Ao criar um personagem
O criador faz ele a sua imagem
E lhe adiciona um pouco de tudo 
Do seu mesmo e do seu outro

Se um dia se tornará um mito
Isso eu não duvido
E quer dizer que acredito
Sinto logo existo

Criador e criatura
São mesmo figuras
A comporem este álbum

Pouco importa a nomenclatura
Mais vale a desenvoltura
De sermos, todos, um

Juliano Dornelles

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O louco poeta

Entre o céu e o precipício
O louco segue a livrar-se do vício
De amar a insanidade

Concentra-se em toda sua liberdade
Para garimpar nos cantos da cidade
Alguém que entenda suas idéias

Com tinta, lápis ou caneta
Esculpe sua imagem na pedra
Que encontrou pelo caminho

Drummond já havia lhe avisado
Contudo o louco fez do artefato
Uma escultura do seu retrato

Havia 'uma pedra no meio do caminho'
O poeta não estava sozinho
Estávamos nós bem loucos

E com versos, pouco-a-pouco
A escultura se moldava
A pedra esculpida é agora admirada

Davi passou por lá e a reconheceu
Lembrou que com ela, a Golias, venceu
E dando uma de poeta disse: 'Louco sou eu'


Juliano Dornelles

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Na Porto Alegre dos casais


Às vezes ando pela Andradas
Recorto o centro por suas escadas
Medito sob o sol de belas praças
Na Porto Alegre, minha amada

Este namoro segue pelo cais
Esquina democrática, Ipanema
Gasômetro, Marinha e toda a cena
Na Porto Alegre dos Casais

No Brique da Redenção saúdo todos
Chimangos, Maragatos;
Gremistas, Colorados
Gaúchos e outros loucos

Há sempre um fórum Social Mundial
Cosmopolita como um GRE-NAL
Como os profetas do Mercado Público
Como os atletas que estão por tudo

Moinhos de Vento sopram o recado
Que o Guaíba é um lago
Sendo poeta, sigo meu rumo
O Laçador é testemunho

O amor está em tudo

Amor, amar, amor
Tanto esplendor
Em um simples sentimento

Que está no sol e na lua
Está em casa e na rua
No sabor do vento

O amor está em tudo
No olhar da menina moça
No dominó na praça
E ao beijar a boca

No batimento acelerado
Em congestionamento venoso
No coração palpitando
Ou num sorriso luminoso

Incondicional ou exigente
Por sentir-se vivo simplesmente
Entre irmãos ou de amigo
No amante, na esposa e no marido

O amor é eterno
Materno, paterno, fraterno
Seja de jeans e camiseta
Seja de saia ou de terno

Não importa a embalagem
Na chuva ou na estiagem
O amor está em tudo
Até no medo e na coragem

Acreditar é preciso

Se nascemos para a vida
Em uma missão e busca
Saibamos que a guerra termina
Mas a luta não susta

O onipresente em nós habita
Transforma o mundo
Quando o amor ressuscita

A eternidade é um prêmio
E a morada, o infinito
Unidos sei, venceremos
Quem se fizer inimigo

Concertando, acertei o caminho
Em Deus ninguém é sozinho
Esta é a verdade, lhe digo

Mostrou-me a luz um sinal
Que acreditar é preciso

Versos pra mim

Maior e melhor amigo
Estás sempre comigo
Pois estou no teu amor

Seja a vossa vontade
Em prol da caridade

Transformando o sal da terra
Quebrando espadas na Guerra
Com a paz e a verdade

Tu sabes quem eu sou
Me mostrastes a saída
Pois sabes aonde vou
Para salvar a vida

Supere o passado

Se precisas de uma missão
Pergunte ao coração
Pra onde deves seguir

Contudo sejas consciente
E também racional
Melhor pensar diferente
E abrir um canal

Para se comunicar
Em sentido ímpar
E se encontrar

Com sua própria visão
Apoiada na razão
De espantar o azar

Mas com muita sorte
Se pode vencer a morte
E ressuscitar

Com planos a curto prazo
Se reduz o estrago

Com o norte bem definido
O que já foi esquecido
Precisa ser superado

Conjugar

Com idéias construo
Um novo caminho
E até mesmo sozinho
Irei decifrar

Num aviso incerto
Em segredo discreto
O próximo verbo
Irei conjugar

No poema completo
Simples, discreto
Transcrevo o verso
Que irei recitar

No mesmo sentido
Com o bom  motivo
De ter decidido
Continuar

Respostas

É preciso respostas
Perguntas são propostas

De onde vim, para onde vou
O que faço aqui, quem sou

Se eram os deuses astronautas
Quando será o fim do mundo
O que ainda nos falta
Além do sentido de tudo

Se há vida além da morte
Se há vida em outros planetas
Se isso seria sorte
Entre o alvo e a seta

Só resta a exclamação
Que aguarda a interrogação
De um conhecimento total
Com vírgulas e ponto final

Primeiro poema

No meu primeiro poema
Reconhecido e premiado
Não usei o palavreado
Mas um desenho ilustrado

Imagem em vez de palavras
Paisagem de minha infância
O sol iluminando a praça
De mãos dadas, crianças

O vendedor de picolé
Stands de muitos livros
Leitores compulsivos
E eu mascando chicletes

Nem imaginava que aquele desenho
Ilustra o inicio de um empenho
Com lápis, papel, giz de cera
Amor e muita fé

Na luta

Inspiração cotidiana
Me coloca em luta
Na crua disputa
Por um pouco de fama

Embora prossiga
Embora persista
Ser quem consiga
Ser um alquimista

Guerreiro inquieto
Tento ser discreto
De poucas palavras
Escondo as cartas

Pirata dos mares
Astronauta em marte
Marciano na Terra
Águia nos ares

Normal ou estranho
Plantando empenho
Se perco ou se ganho
Luto com o que tenho

Preciso de você

Prossigo buscando
Trilhar meu próprio caminho
Acompanhado ou sozinho
Isso é de menos

Contudo confesso
Precisar de você
Você que me assiste
Você que me lê

Interagir e agir
Chorar ou só rir
Cantar ou me ouvir
Rimando assim

Na próxima música
Revelo esta angústia
Retiro a túnica
Para receber a hóstia

Calando a voz do inimigo

No calar da noite, ouço gritos
Uns vem do passado, outros do infinito
Entre o certo e o errado
Propõem-me caminhos distintos

Enquanto os bêbados se entorpecem
De cevada ou vinho tinto
Construo versos com o teclado
Escrevo-os e depois os sinto

Se a chuva me espera lá fora
Aqui teclando eu brinco
Conecto a minha demora
De decidir se vou ou se fico

Optando pelo agora
E por hoje ter um motivo
Oro em minha cama
Calando a voz do inimigo

É hora de mudar

Troca o disco
Vira a página
Sorriso em vez de lágrimas
Peito aberto e passos firmes

E antes que eu termine
Troca o disco
Vira a página

O filme está passando
O som está tocando
É hora de mudar

Troca o disco
Vira a página
Com novas idéias
Aposto, chegamos lá

Reconheces meu disfarce ?

Será que reconheces meu disfarce?
Ou me confundes com meus pares

Se sou da paz e me vês em guerra
Se estou no céu e me vês na terra
Será que sabes a cor da vela?

Me viu a noite, mas sou do dia
Pai, filho e irmão da alquimia

Que escreve versos no caminho
Solteiro sim, mas não sozinho
Se bebo água, meu sangue é vinho

Meu canto é um manto

Se me esperas dormir
Para responderes ao que ouve
Me pergunto o que houve
E quem pergunta responde

Faço do poema meu manto
Que escrevo e leio em pranto
Me cobrindo como um canto
Que me proponho a cantar

Cautela nos faz ganhar apoio
Guarde ou evite o retorno
Melhor que trair-me durante o sono
É separar trigo do joio

Pois há um mal entendimento
Levantando falso testemunho
Dizendo que eu teria feito
Este verso em próprio punho

Mas em verdade vos digo
Quero todos juntos comigo
Retribuindo o mesmo aos amigos
E o bem também ao inimigo

Convergência tecnológica

Na convergência midiática
Cada meio e sua prática
Se voltam à mesma origem
E se iludem como vertigem
De não seguir a mesma tática

Andando na própria linha
Da multimídia interligada
Seguem todos na estrada
Essa longa e interessante viagem

Interligados por infinitos links
Acessados em muitos sites
Comemoram seguidos brindes
Com ou sem nomeados pipes

Como a internet cibernética
Comentada em linguagem poética
O e-paper, o e-book e o papel
Convivem momentos distintos
Como o açúcar, o adoçante e o mel

Persevere

O segredo é continuar
Persistir e perseverar
Pra colher tem que plantar
E para ser é preciso amar

Desistir não é para nós
Desatamos todos os nós
Siga sem olhar para trás
Seu destino é você quem faz

Sempre em frente é o caminho
Sei que nunca estou sozinho
Rompo cordas e correntes
E caminho sempre em frente

Juliano Dornelles

(Ouça a composição de Paz Dornelles em violão e voz)

Piedoso ou perverso

Tudo que fizeres a mim
Peço que Deus retribua a vós
E mesmo assim se puder
Farei algo a mais por nós

Falo apenas das boas obras
Que são feitas com amor
Não me importo se me cobras
Testemunho ou penhor

Saibas que aquele que ama
O próximo como a si mesmo
Jamais cobra ou reclama
A retribuição de um desejo

Pouco importa se será pago
Com mesma medida ou peso
Abrir a porta é o que faço
Se achar que mereço

Podes perdoar este verso
Ou retribuir todo o texto
Ser piedoso ou perverso
Pode ser o pretexto

Com a seta no peito

Bons testemunhos já dei
Sem pedir nada em troca
Se há quem me negue o mesmo
Qual será o mal que lhe toca?

Pois pouco adianta citar qualidades
Se também apontar-me um defeito
Seria melhor guardar a verdade
Que acertar-me a seta no peito

Me mereço

Me pergunto sobre a cena
Ou o motivo do poema
Nem precisaria ser uma ave
Para sentir tamanha pena

É preciso romper o trabalho
Versos em versos quebram o galho
Entre textos, sons e imagens
Vejo o futuro no baralho

E sempre digo ao freguês
Volte sempre mais uma vez
Quanto mim, descanso assim
Acho melhor que a embriaguez

A alquimia do descanso
Se traduz no recomeço
Se a continuação prosperar
Pensarei que mereço

A regra é outra

E antes de ir pra cama
Nos resta um voto de boa semana
Abraço pro sobrinho e pro tio
Beijo pro mano e pra mana

No mais segue o baile
Com canastra de ouro
Revido, retruco e protesto
Com contra-flor ao resto

Se o coringa é sem naipe
Descubra onde linka este site
Pois para entender este jogo
Saibas primeiro brincar com fogo

Nem Cristo agradou a todos

Às vezes me pergunto
A que direção vai isto tudo

Realmente me encontro confuso
Confesso que pouco entendo o mundo

Idéias brilhantes sem seguidores
Enquanto do outro lado dos bastidores ...

Ninfetas dançando funk
Palhaços te mandando longe
Conseguem mais acessos que os punks
E mais adeptos que os próprios monges

Para aonde iremos neste sentido
Me dê pelo menos um motivo
De não levar a vida a sério
E trocá-la por meros risos

Seguirei na minha conduta
Pouco me importa se sua puta
Tem mais procura do que Jesus

Fortalecerei a minha luta
Isto tudo não me assusta
Jamais fugiria da cruz

Segue a luta

Segue a busca na labuta
O cego enxerga e o surdo escuta
Que a esperança ressuscita
Quando se conserta a conduta

Um bom motivo é encontrado
Para irmãos seguirem lado a lado
Em construtiva e sadia disputa

A semente é lançada à terra
E como a paz vence a guerra
Germina e gera a fruta

Pois há uma luz nesta estrada
Rompendo as trilhas da madrugada
Seja na cruz ou na espada
Hey de vencer esta luta

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Opção

Há quem me peça um recesso
Outros perguntam o que eu peço
E se perguntam se eu mereço

Mas segue o baile disse o gaiteiro
Darei um tempo no meu terreiro
Estou fugindo de confusão

Sei muito bem o que eu quero
Hoje descanso no meu puleiro
Para assistir televisão

Depois talvez outra toureada
Ser búfalo ou ser toureiro
Vai além da opção

Vencer nos caminhos da vida

Uma pausa para um verso
Confesso estar disperso
Mas aqui comigo mesmo
Projeto e construo o universo

Uma pausa para refletir
Há tantos motivos para sorrir
É claro que se plantar é colher
Acreditar será conseguir

Uma pausa e mais uma pausa
Não mais um rebelde sem causa
Agora com plano e  meta bem definida
Vencendo e para vencer nos caminhos da vida

Seja um exemplo de superação

A volta por cima
Te digo meu amigo
Que vale a pena

Liberte-se destas amarras
Arrebente estas algemas
E preste atenção no poema

Se quer corrigir alguns erros
Renunciar todo o pecado
Com fé nos seus desejos
De reparar algum estrago

Se tem preguiça, gula ou vício
Se anda perto do precipício
Se sente raiva, ou mesmo ódio
E ainda quer chegar no pódio

Se já teve perdas no caminho
Se as vezes se vê sozinho
Mas não desiste dos seus sonhos

Te digo agora neste momento
Vamos a luta, ainda é tempo
Não vale a pena ficar parado

Trabalhe, estude, cuide da alma
Pratique esportes com amor e calma
Durma bom sono no seu colchão
Cuide também da alimentação

Pois você faz o seu futuro
Podes romper todos os muros
Com amor no coração

É só seguir sua jornada
Encarar de frente a estrada
E assumir sua missão

Algumas perguntas

Às vezes me pergunto qual é a saída
Além de ordem e progresso no dia a dia

Às vezes me pergunto qual o segredo
Além de continuar lutando pelos desejos

Mas sei que mais importa o amor pela vida
Do que o dia da semana, ou a cor da camisa

Amando a si mesmo se alcança o alvo
Contudo é preciso ser mais esperto
Dos erros de antes agora me salvo
Ser bom amante é fazer tudo certo