EL MAGO Na Terra D'Lei Justo hei Em si A cada quatro luas Xangô d'Iansã baixa Zi Ogum d'Iemanjá Saído em Lá Baixa aqui O que fuma Sem fumar O que bebe Sem beber Salvo dias Em que corto as unhas Eventual dia em que nasci Nem te perdi Nem te vendi Nem desisti de ti Mas comprado estou Dos vendidos Encontrado estou Dos perdidos Saído estou Dos entrados Buscado estou Dos deixados Saravá tabaco Saravá derrota Saravá cachaça Saravá miséria Quanta quimera O sonho era Agora real Realizado Jamais rescinda o estado Desde já, Guardado Nem doce Ou salgado Eis o fardo Deste cargo O Chá Lá É amargo
Irmão lobo Aprenda a jogar o jogo Ou não bata o martelo Ou não brinque com fogo Seu vinho foi pedido Seu fumo foi comprado Parece estar arrependido Pois te ressindiram o 'estado' Irmão lobo Aprenda a jogar o jogo Ou não bata o martelo Ou não brinque com fogo
Lá estou pés na areia pés na chuva ao pôr-do-sol aonde vou Lá estou na esquina onde o velho fumou Lá estou na encruzilhada na jangada na jogada na estrada Lá estou pés na grama vento ao rosto som ao vivo breve brisa Lá estou na foto e no vídeo na memória no beijo Lá estou no suor no gozo no sofá na rede na grama no parque na praia no ar no mar Lá estou estou indo Você sabe vim, vi e venci Mas estou indo
ZELADOR D'SANTO Oh Pai Divino; Único Santo Zelo esta linha Como zela-se o pão Como zela-se o pássaro O touro, o cavalo e o cão Como zela-se o peixe, o lobo e o leão Como zelam-se as flores, o ar e o brasão Como zela-se o sangue, o raio e o trovão Zelo esta linha Como zela-se o sim e o não Como zelo o Cordeiro Ao zodíaco inteiro No coração
LIVRE Liberto-me das amarras que o diabo tramou No dia-a-dia, a hora chegou Livre das trevas às claras Quem sou O machado rompendo correntes Chuva, raio e trovão O segredo guardado na alma cumprindo a missão Mantendo a calma glória na guerra honra à nação
MUNDO PUNK Mundo punk Vinho e cigarros O abismo mostrado Frente ao escarro Carta branca Carta fora do baralho A fumaça na praça O orgulho no trabalho As tribos e o caminho cruzado pelos velhos sonhos trocados nem tudo estava certo nem tudo estava errado O fumo está no mercado, assim como a canha, sendo negociado Pelos velhos sonhos trocados Na encruzilhada, a sacada ao povo desarmado ao tempo livre esgotado Toca Raul, disse Saul, ao som tocado Mundo punk Vinho e cigarros O abismo mostrado Frente ao escarro
Feito a caça O que quer que vos faça, Quanto à cachaça? Exu foi contratado Caboclo sabe assoviar Nada estava errado Até a mesa virar Certo é o que digo Sei o que preciso Em frente Irei buscar Buscado este 'estado' D'espirito ou d'consciência Até que seja atendido O quanto antes, A preferência
DESCARREGO Caminhando ao descarrego desfumo e desbebo desmonto e desvelo destrato e desmancho o novo e o velho Recriado espelho na terra escrevo no ar recito no céu, escrito o texto Pretexto que diz ao mestre e aprendiz Ao mago iniciado o mundo encantado
CAVALEIRO JUSTO Montado sobre ninguém Desconheço nenhum Embora somos um O preto no branco é cinza Ao Zero o ferro relincha Ao Mago o machado uiva Ao Mestre o texto ruge a pura seiva Ao Deus d'Guerra Os trabalhos na Terra Eu Sou está conosco Face a face, no rosto ou no olhar À fé A gente é Axé
DESTALHO Ao trabalho ou retalho? Corra ou morra no talho A fumaça é trapaça que está no baralho Caralho? Cascalho? Alho ao vampirismo Ao confucionismo Ao ficcionismo Ao fetichismo Estamos aqui no mar das ideias sangue nos olhos éter nas veias
Quando baixa o velho A velha banda aparece Como entidade terrena A ouvir o mestre dizer 'O Novo Sou Eu' Tal como pensar diferente Para evitar julgar-se igual Ao oposto Ao contrário Nem o mesmo Ou o tal Dia a dia, com certeza Ano a ano, vira a mesa Acabou Este é o início Como ciclo Sazonal Elipses Na espiral Sempre em frente Toda a vida Chegada E despedida Juntos Um só Como o filho que tornou-se pai Já agora Irmão lobo Cá estamos Porta a dentro Neste encantado Momento Sem entrada Sem saída Na jornada A vida Na magia O axé
Mais em conta? Não tem preço? O quanto antes? Diria o lobo do homem Em corpo são E mente sã Pilantragem Não é morder a maçã Malandragem Não fuma gudang Diria a loja ao terreiro Na banda mais vale ser guerreiro Que julgar-se o Kãn
Seu lesma estava lento Pegou carona no vento E tornou-se campeão O tempo era seu alento Embora nem sempre atento Pôs o peixe no pão O porco tocava banda O pato contava histórias Para boi dormir O touro estava sentado Com o Leão do lado E o cordeiro a sorrir Eram tantos zombeteiros Engolindo sapos Como elixir
À FRENTE A volta por cima O pulo do gato O nome nos livros Corridas d'rua Medalhas ao ato
Pelo mérito próprio Passando a encruzilhada Onde fui deixado A fazer o pacto O diabo queria fumar O diabo queria beber Mas o céu mostrou-me a verdade Ar puro Luz diurna E sobriedade Mais que gelo no Whisky Ou amor pela cidade Eis o mundo em que vivo O próprio inferno e o paraíso Do limão à limonada Ainda estou na estrada Ao caminho Sempre em frente A jornada
Olho no peixe, Olho no gato Ora, o peixe fugiu O gato miou O cão latiu O lobo uivou À desgarrada Ovelha Oh velha Entenda isto O poeta Ao pastoreio Sangue no olho Faca na bota Verso na agulha Tiro no pé
Eram felizes e não sabiam Queriam algo além do que tinham Trocaram tudo por pouco mais que nada Esqueceram o limão à limonada Já nem lembram o que foi bom Mas ainda ouvem o velho som O pássaro ao despertar do dia O rock, a magia e alquimia Nem tudo é como a gente quer O garfo aprende a escolher a colher