Como Bugre reflito
Sigo o caminho
Vencendo o conflito
Sem mais delito
Mesmo sozinho
Toco o apito
Como um índio Xamã
Caboclo ou Pajé
Tupanciretã
Sei quem ele é
Negrinho do Pastoreio
Achou quem tava perdido
De longe ele veio
Bem decidido
E disse pro Preto
'Sai do meu lado'
'Não te quero por perto'
Que resposndeu
'Tudo errado'
E depois 'tudo certo'
Tentou transformar
Mas não conseguiu
Caboclo assoviou
E o Pajé sorriu
Negrinho continuou
E disse denovo
E ainda explicou
Para todo o povo
'Não creio em Exú
Egum ou Zumbi'
'Nem Preta, nem Gira
Existem aqui'
Chamou Touro-sentado
Que trouxe do lado
Sepé Tiarajú
Que com arco e flecha
Quebrou uma rocha
E matou o urubú
Me pediu o cachimbo
E um gole do amargo
Saiu sorrindo
Com o Saci assustado
Clamou à mãe terra
O ar e as estrelas
E a luz na caverna
Surgiu para as feras
Disse meu nome
Bem claro, bem alto
E disse 'não some'
'Nem foge do asfalto'
Marcou o retorno
Me disse a data
Me deu um adorno
E uma lança de prata
Até hoje espero
Com punho de ferro
Não sei se acerto
Mas sei quando erro
Com chá de folhagem
E sinal de fumaça
Venci a estiagem
Virei a cachaça
Um dia descubro
A origem de tudo
O fim e o começo
Do meu sangue rubro
O tambor me espera
Na Paz ou na Guerra
De dia e de noite
Sou fruto da terra
Juliano Dornelles
Lindo!!!Adorei.
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