segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O louco poeta

Entre o céu e o precipício
O louco segue a livrar-se do vício
De amar a insanidade

Concentra-se em toda sua liberdade
Para garimpar nos cantos da cidade
Alguém que entenda suas idéias

Com tinta, lápis ou caneta
Esculpe sua imagem na pedra
Que encontrou pelo caminho

Drummond já havia lhe avisado
Contudo o louco fez do artefato
Uma escultura do seu retrato

Havia 'uma pedra no meio do caminho'
O poeta não estava sozinho
Estávamos nós bem loucos

E com versos, pouco-a-pouco
A escultura se moldava
A pedra esculpida é agora admirada

Davi passou por lá e a reconheceu
Lembrou que com ela, a Golias, venceu
E dando uma de poeta disse: 'Louco sou eu'


Juliano Dornelles

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