O louco segue a livrar-se do vício
De amar a insanidade
Concentra-se em toda sua liberdade
Para garimpar nos cantos da cidade
Alguém que entenda suas idéias
Com tinta, lápis ou caneta
Esculpe sua imagem na pedra
Que encontrou pelo caminho
Drummond já havia lhe avisado
Contudo o louco fez do artefato
Uma escultura do seu retrato
Havia 'uma pedra no meio do caminho'
O poeta não estava sozinho
Estávamos nós bem loucos
E com versos, pouco-a-pouco
A escultura se moldava
A pedra esculpida é agora admirada
Davi passou por lá e a reconheceu
Lembrou que com ela, a Golias, venceu
E dando uma de poeta disse: 'Louco sou eu'
Juliano Dornelles
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